Em Lisboa, os túneis do Campo Grande e Campo Pequeno estiveram encerrados ao trânsito devido às inundações provocando grande transtorno no tráfego automóvel.
"O túnel no sentido Saldanha/Campo Grande e Campo Grande/Saldanha bem como o do Campo Pequeno estão cortados devido a inundações e lamas", adiantou a divisão de trânsito da PSP.
Na zona baixa de Alcântara circula-se mais lentamente devido aos lençóis de água. Várias habitações e lojas ficaram inundadas, entre elas, por exemplo, as instalações do Ministério da Educação situadas na Avenida 24 de Julho.
Os Sapadores Bombeiros, chamados ao local, levam a cabo operações de limpeza. Quanto às razões adiantam que "trata-se de inundações, infiltrações e algerozes entupidos".
As fortes e prolongadas chuvas que se abateram na região de Lisboa provocaram quase duas centenas de pedidos de socorro para os Sapadores de Bombeiros, esgotando a capacidade de resposta da corporação, disse à agência Lusa António Vinagre, responsável no turno da madrugada daquela corporação de bombeiros. "Nunca vi uma coisa destas em tão pouco tempo. Tivemos 180 pedidos de socorro, conseguimos responder a 150 e temos 30 outros ainda a aguardar, com as viaturas e equipas a responderem a vários casos ao mesmo tempo", comentou António Vinagre. "Foi uma coisa anormal. A partir das 04:30 desatou a chover intensamente e desde então tem sido um fluxo impressionante de telefonemas para acudir a pedidos de socorro por causa de telhados e habitações danificadas, inundações de ruas e problemas nas vias", referiu.
A estação do Jardim Zoológico (Sete Rios), na Linha Azul, do Metropolitano de Lisboa esteve encerrada desde as 07h30 para limpeza devido às fortes chuvas, reabrindo pouco depois das 09h30. Com as inundações vieram as filas de trânsito já que o tráfego automóvel não se consegue efectuar de uma forma normal. Na zona de acesso à Encarnação, no sentido Sul/Norte à entrada da Auto-Estrada Lisboa-Porto, já existem longas filas de trânsito devido à extrema lentidão com que se circula naquela zona. Em várias artérias da capital os semáforos não estão a funcionar devido ao mau tempo, situação que vem agravar o já difícil trânsito citadino.
O serviço de Protecção Civil da Câmara Municipal de Lisboa recebeu na manhã de segunda-feira cerca de 70 chamadas devido a inundações em casas e ruas, que obrigaram à retirada de casa de pelo menos duas pessoas. "Houve cerca de 70 participações para a protecção civil, na sua maioria devido a inundações em casas e na via pública", disse à agência Lusa Ana Lencastre, da Protecção Civil Municipal. De acordo com este serviço municipal também na zona de Alvalade houve cortes no abastecimento do gás, encontrando-se os piquetes da Lisboa Gás na rua a tentar resolver o problema. As zonas da Parede (no concelho de Cascais), Algés e Barcarena (concelho de Oeiras) e o concelho de Loures são as zonas mais afectadas. As chuvas que se fizeram sentir provocaram cortes no abastecimento de energia eléctrica, encontrando-se cerca de 15 mil residentes nas zonas de Oeiras e Cascais privadas de electricidade devido à inudação da subestação da EDP da Abóbada, de acordo com informações da EDP. As estradas nacionais 250, em Belas (concelho de Sintra), 249 em Trajouce, (concelho de Cascais), e 250 entre Talaíde e Barcarena (Concelho de Oeiras), estão cortadas. As chuvas fortes fizeram transbordar as ribeiras do Jamor, Laje e Barcarena, todas no concelho de Oeiras. A Protecção Civil de Loures está a apelar aos habitantes para que não saiam de carro em direcção a Lisboa devido ao congestionamento do trânsito e corte de algumas vias, na sequência do mau tempo.
Desalojados em Loures.
Loures é um dos concelhos mais atingidos pelas chuvas fortes que obrigaram já ao realojamento de mais de 15 pessoas. A Protecção Civil de Loures informou que 15 pessoas residentes em Camarate tiveram de ser realojadas no quartel dos bombeiros, existindo também desalojados em Frielas, ainda por quantificar. A chuva obrigou ao corte do nó de Frielas, o principal acesso a Lisboa, e à Estrada Nacional 8, que liga Loures a Santo António de Cavaleiros, e a Estrada Nacional 10, que liga Sacavém a Vila Franca de Xira, na zona da Bobadela. 240 chamadas de socorro Entre as 00:00 e as 08:30 de hoje, o Comando Distrital de Operações de Socorro de Lisboa (CDOS) atendeu 238 chamadas telefónicas de socorro. Cerca de 70 agentes da divisão de trânsito da PSP estão espalhados pela cidade de Lisboa para auxiliar os automobilistas que se encontram em dificuldades devido às inundações provocadas pela chuva que tem assolado a capital. "Temos entre 60 a 70 agentes nas estradas da capital para ajudar as pessoas. A chuva não dá tréguas e por isso não temos mãos a medir", referiu fonte da PSP. A linha do Norte está totalmente interrompida desde as 08h00 devido a inundações das vias nas zonas de Sacavém, segundo fonte da Rede Ferroviária (REFER), que não consegue antecipar quando é que a situação vai estar resolvida. Oito distritos em aviso Amarelo Oito distritos de Portugal continental estão sob aviso Amarelo, cinco deles -Santarém, Lisboa, Setúbal, Beja e Faro - devido à previsão de chuva por vezes forte e trovoadas frequentes e dispersas. O distrito de Faro está também sob aviso Amarelo, o segundo de uma escala que vai até quatro, devido à ondulação forte, entre 2 a 3 metros. Os distritos de Viseu, Guarda e Castelo Branco estão igualmente sob aviso Amarelo, onde o vento deverá soprar forte com rajadas na ordem dos 90 quilómetros por hora. O Instituto de Meteorologia prevê para esta segunda-feira períodos de chuva ou aguaceiros, temporariamente fortes nas regiões Centro e Sul, com condições favoráveis à ocorrência de trovoadas. Previsto está também vento forte, sobretudo nas terras altas, e queda de neve nos pontos mais altos da Serra da Estrela.
RTP2008-02-18 08:48:51